Saturday, June 22, 2013

NACIONALIZAÇÕES À VISTA

“Nacionalizações à vista”
Para grandes problemas, grandes soluções.
O Governo tem já no curriculum vitae, dois Orçamentos de Estado chumbados, estamos no decorrer do mês de Junho, e as alterações ao Orçamento Retificativo ainda não forma elaboradas e muito menos discutidas no Parlamento; daí que o Governo possa negar-se a efetuar o pagamento dos subsídios de férias à Função Pública, dando-lhe jeito que se protele o Orçamento de Estado definitivo, porque assim não tem compromissos políticos em falta, e a margem de incerteza económica é de tal maneira grave, que penso até que exista uma espécie de acordo secreto para a manutenção do status quo, envolvendo o PCP e o BE, pactuado com os Partidos Políticos no Governo e com os socialistas, para que a indefinição orçamental se mantenha, no sentido que seja viável e possível o 2.º resgate a Portugal.
Queria cortar caminho nas razões pelas quais as nacionalizações virão a grande velocidade para o tabuleiro político, que já se sabem sobremaneira. Por um lado o caso BPN, foi um exemplo de uma nacionalização feita á liberal “entalado”, que compra um passivo financeiro gigante e depois vende a qualquer preço, sendo que esse diferencial entre o que o Estado perdeu na compra do Banco e o que encaixou com a venda, foi o início do Titanic.
Ao que parece, e já estou receosa que seja a esquerda populista e mais a dita radical, a executar a “salvação nacional”, dado que ainda temos empresas coim participações estatais que são diamantes. Nomeadamente os 11% do estado na REN (Rede Elétrica Nacional), que o Governo PSD com olhar guloso pensa já em dispersar essa mesma participação pública. No entanto, várias questões se colocam nas secretárias do Poder : a descida de juros provoca uma subida do preço alvo por ação na ordem de uma valorização de 20,3%. Ora, a REN tem uma carteira de ações na Bolsa de Valores de 5,2% que representa um número aproximado de 80 milhões de euros ( logo se 5% estão para 80 milhões €, 100% estão para 16 mil milhões €), atrativo sem dúvida para qualquer Governo que se queira salvar do pesadelo e do afogamento do défice público; por outro lado, sendo a Rede Elétrica Nacional, fundamental para a independência e segurança nacional, e tendo previsto em Plano de Investimentos 3.200 mil milhões €, sendo que 900 milhões € estavam destinados à rede de transportes e armazenamento de Gás natural, ponto essencial de várias linhas políticas desenhadas na última década respeitantes a negociações bilaterais, a começar coma Espanha, e depois com os países do Magreb, alienar portanto a participação pública desenha-se uma possibilidade entre mãos, quer estejam incluídas as subsidiárias associadas à REN, como a atividade de exploração de minerais (Também de interesse estratégico), com as minas de ouro no Alto Alentejo, ou a Rede Ecológica Nacional, que recebe prioritariamente fundos europeus de relevância económica para o desenvolvimento sustentável. O negócio da alienação da participação do Estado na REN é bem possível que se concretize, mas é igualmente possível que logo a seguir se proceda à nacionalização da empresa. E é este o xadrez que pode salvar o Governo da agonia, mas muito sublimemente com o concordo da Oposição.


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