Fui (aliás, sou) apaixonada pela propaganda da Mossad, pelas encruzilhadas políticas que acabam com cumplicidades com os vizinhos árabes, de que nunca se ouvem falar. Os interesses são variáveis históricas e o segredo é o sinal do sucesso na guerra.
Meir Dagan que chefia actualmente os serviços secretos israelitas (um dinossauro militar) foi o mentor do plano "Dagan", que se subdividia em várias vertentes;
1- Eliminar Yasser Arafat e destruir a fracionada e corrupta Autoridade Palestiniana.
2- "cantonização" dos territórios palestinianos em que a Cisjordânia e Gaza fiquem completamente separados, para Tel Aviv negociar separadamente com os governos independentes e com as forças responsáveis pela segurança.
3- Ariel Sharon manteve o projectado plano, com a retirada em 2005 de todos os colonatos judaicos em Gaza. esta estratégia foi vista por Washington como parte "da via para a paz", mas não era senão a chamada "Operação Chumbo Fundido" que exigia que não houvessem judeus em Gaza, com o objectivo de isolar completamente o território. Com a vitória contestada por Israel, do Hamas em Janeiro de 2006, Israel pode levar a efeito a última incursão em Gaza, em Janeiro último.
A esquerda naquilo em que me identifico partilha da opinião da propaganda educacional um pouco na visão romântica da Revolução Francesa "Igualdade, Fraternidade e Liberdade", também fui muito marcada pela descolonização portuguesa, quando fui desterrrada da Beira, Moçambique ( a cidade mais cosmopolita de toda a África), seja como for o apartheid da África de Sul era visto em Moçambique como um despotismo sem sentido em pleno séc XX.
Existem rivalidades em África, inter-étnicas, precisamente devido ao traçado das fronteiras do séc. XIX tal como na Palestina, mas na realidade os conflitos em África movem-se pelo controle das matérias- primas, como o petróleo, o chumbo, os diamantes, é assim na luta de poder no Sudão, por exemplo.
Acabei por fugir ao assunto, Israel vê-se em linhas cruzadas, por um lado a sua política interna inflexível, e por outro a posição face às relações externas, em particular com os E.U.A., agora optando pelo paradigma do soft power na grandeza da potência americana.
Os amigos americanos negoceiam com Medeved, compensações na resolução do problema nuclear iraniano enquanto cedem a instalação do sistema anti-missil da NATO, na Polónia..
3."Dagan" não é ingénuo, se houverem suposições de tráfico de armas tácticas nucleares, para os seus vizinhos árabes, não tem nada a perder em servir de intermediário, com países aliados com a África de Sul, potência nuclear, para depois se servir do argumento de guerra premptiva contra o Irão.
4- Meir Dagan , nessa continuidade de política de segurança, é igualmente acusado por alguns media, que em conjunto com a C.I.A. ter perpretado os ataques em Mumbai, na India, para afastar paquistaneses de indianos.
5. Tentativa de assassinato de Meshall, com um veneno injectdado no ouvido, elementos sofisticados de controle da mente, em que os israelitas estão muito à frente.
6. Acordo secreto entre a Mossad e Bashar Assad da Síria, para destabilizar o pró-ocidental governo libanês.
7- Em 12 de Fevereiro de 2008, é assassinado Imad Mugnieh (membro senior do Hezbollah) , num carro bomba na Síria.
Meir Dagan tem o seu propósito político e pessoal, mas desta vez vai encontrar pouco apoio da comunidade internacional.
Se vivêssemos no séc. XIX, consagrava-se de uma vez por todas em Conferência com árbitro, as pretensões de ambos os lados, mas como a O.N.U. falha redondamente em obter consensos, o clima de tensão vai permanecer.
Mas a culpa não é de israelitas nem de palestinianos, a mea culpa pertence às potências colonizadoras, e estas sabem que o petróleo, as alianças, e os desfechos terminam em hipocrisia dilpomática.
Porque estou a começar a estudar análise de dados, a probalidade é omega.