Considero, portanto, demonstrado que o
Estado português, afinal, nunca esteve interessado em que houvesse um
julgarnento sobre o Caso Camarate, pois não quis investigar as reais
implicacões políticas no negócio do tráfico de armas em Portugal em 1980 nem o
meu envolvimento no caso desde que o meu nome foi tornado público em 1986. Se
tivesse havido um julgamento, iriam assim ser investigados os negócios de armas
em Portugal com o Irão e Iraque numa altura em que havia um embargo
internacional ditado pelo caso dos reféns norte-americanos em Teerão, em 1980.
Ainda de acordo com as necessidades da investigação, o ex-primeiro-ministro,
antigo lider do PSD e atual presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco
Silva, teria de ser chamado a tribunal para esclarecer por que motivo é que, em
Novembro de 1980, então na qualidade de ministro das Finanças, não investigou
um fundo financeiro militar destinado a esse alegado negócio, seguindo assim as
ordens do primeiro-ministro Sá Carneiro.”
Ao terminar o telegrama que mandou para Kissinger, Frank
Carlucci acrescentou em jeito de comentário que
também já falara com Mário Soares sobre as relações com Sá
Carneiro. E o lider do PS confirmara-lhe,
recentemente, que até poderia trabalhar confortavelmente com o PPD: ‘Mas só se
fosse dirigido por Magalhães Mota, escreveu Carlucci a Kissinger. Esse plano de decapitação nunca
se concretizou, mas a partir do dia 4 de Dezembro de 1980, como consequência da
morte de Sá Carneiro em Camarate, Mário Soares ficou com o caminho livre para,
linalmente, poder formar a coligação que não conseguira fazer em 1976. E isso
aconteceu, quando, a 4 de Iunho de 1983, formou o Bloco Central com o então
lider dos sociais-democratas, Francisco
Mota Pinto.” Ou seja, Mário Soares que, em 1972, no
livro Portugal Amordaçado, citara intervenções de Sá Carneiro na Assembleia
Nacional e fechara uma cronologia com a referência as denúncias de Sá Carneiro
contra o regime de Marcello
Caetano, achava que o mesmo Sá Carneiro, em
democracia, representava um partido sem pergaminhos de resistência política e
Iigado ao Estado Novo.
Era também referido que todas estas vendas
de armas eram feitas com a conivência da autoridade da época, nomeadamente
militares como o General
Costa Gomes, o General Rosa Coutinho (venda de armas a Angola) e o próprio Major
Otelo Saraiva de Carvalho (venda de armas a
Moçambique). Vi várias vezes o nome de Rosa Coutinho nestes documentos, que nas
vendas de armas para Angola utilizava como intermediário o general reformado
angolano, José Pedro Castro, bastante ligado ao MPLA, que hoje dispõe de uma
fortuna avaliada em mais de 500 milhoes de USD, e que dividia o seu tempo entre
Angola, Portugal e Paris. O seu filho, Bruno Castro, é director adjunto do
Banco BIC em Angola. No referido Dossier estavam também referidos outros
militares envolvidos neste negócio de armas, nomeadamente o capitão Dinis de
Almeida, o coronel Corvacho, o Varela Gomes e o Carlos Fabião.”
Também durante este trabalho fiquei a saber
como é que os documentos do Fundo de Defesa Militar de Ultramar (FDMU) teriam
ido parar às mãos de Sá Carneiro. O então secretário de Estado da Comunicação
Social, o advogado independente Carlos
Sousa Brito, era amigo do general Soares
Carneiro e foi ele quem, anos antes, o apresentara
a Sá Carneiro. Foi aliás Soares Carneiro quem sugeriu, após as eleições de
Dezembro de 1979, que se colocasse Adelino Amaro da Costa na pasta da Defesa. E
quando o general foi escolhido para ser candidato da AD de Sá Carneiro contra Ramalho
Eanes, os documentos chegaram a Sousa Brito que
os foi levar ao primeiro ministro: ‘Disse-me então Sá Carneiro que quem deveria
receber esses documenetos era o ministro das Finanças, Cavaco
Silva. E eu próprio me encarreguei da tarefa de
as ir entregar’, contou-me o antigo secretário de Estado da Comunicação Social.
E Sousa Brito foi ao Ministério das Finanças com os documentos, onde os
entregou a Manuela
Ferreira Leite, então chefe de gabinete de
Cavaco Silva. Mais tarde, quando o secretário de Estado da Comunicação Social
procurou saber qual o destino que tinha sido dado aos mesmos, foi informado que
Cavaco Silva, por sua vez, passara o caso para o subsecretário de Estado do
Orçamento, Rui
Carp: ‘Realmente, recebi a missão de perguntar aos militares sobre
esses dinheiros do Fundo’, confirmou-me o subsecretário da AD. Rui Carp afirma
que chegou a fazer diligências junto dos militares, sem que daí tivesse
resultado algo de substancial. E ainda acrescentou que chegou a trocar
impressões com Adelino Amaro da Costa sobre a investigação, pois era habitual
cruzar-se com ele à hora do almoço: ‘O Ministério das Finanças e o da Defesa
ficavam, cada um, nos dois torreões do Terreiro do Paço. Por isso, era comum
almoçarmos na Central da Baixa, na Rua do Ouro. Lembro-me de termos falado
sobre a necessidade dessa investigagção’, mas pouco mais me adiantou Rui Carp.
Contudo, um pequeno detalhe sobressaiu depois deste circuito. O então chefe de
Gabinete de Rui Carp era Ramiro
Ladeiro Monteiro, que foi depois diretor do
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e, em Fevereiro de 1976, seria nomeado
pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva para ser o primeiro diretor do Serviço
de Informações e Segurança (SIS), cargo que ocupou
até 1994. (...) Mas no dia da sua morte fiquei a saber um outro facto sobre a
sua vida que, até essa altura, ignorava por completo: Ramiro Ladeiro Monteiro
era um ‘velho’ amigo de António Esteves, o pai de José Esteves.”
O que ele me
disse foi que o
cónego Melo viera três semanas antes de
Camarate, avisar o general de que iam matar Amaro
da Costa. O Paradela contou-me que defendia a
teoria dos cinco crimes seguidos, que se foram sucedendo para encobrir o
anterior. O crime de origem é o assalto da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira,
em Guimarães, poucos dias antes do 25 de Novembre de 1975 e que, à época, o
tesouro furtado valeria um milhão de contos. O padre
Max soubera e ia denunciar mataram-no, em Abril de 1976. Ferreira
Torres soubera de ambos e ia denunciar,
mataram-no, em Agosto de 1979. Amaro da Costa ia denunciar isto tudo, e
mataram-no também, em 1980. O engenheiro José Moreira, que era o responsável
pelo aluguer do avião a am empresário cle Braga, Eurico Taxa, soubera coisas
sobre Camarate, e mataram-no também, em Janeiro de 1983”.
Antes de
entrar para a sala, o juiz, que Esteves descreve como sendo uma pessoa já com uma certa idade, veio ter
consigo e perguntou se era a pessoa do caso da posse de armas. José Esteves confirmou
e o juiz fez uma nova pergunta: ‘Pois é. Você ia a Coimbra para entregar as
armas, não é? Tinha vindo de África e tinha armas, por isso ia a Coimbra. Não
quisera fazer em Lisboa porque as coisas estavam mais complicadas, não foi?’ E
José Esteves compreendeu. Sim, as armas eram suas. Sim, ia entregé-las,
voluntariamente, em Coimbra. Sim, a situação estava tensa em Lisboa, por isso
optara por ir a Coimbra. Sim, fora detido antes de ter tido oportunidade de as
entregar. De fora do processo ficou o facto de ter apontado uma pistola a dois
guardas da GNR e ainda de estar na posse de alguns quilos de explosivo. O juiz
disse, por fim, que era mais útil à família fora da prisão do que dentro e,
assim, no Verão de 1976, José Esteves foi posto em liberdade. Não iria poder
continuar a trabalhar para o CDS, mas manteve-se activo naquilo que sabia fazer
melhor, ou seja, na desestabilização social. A 11 de Outubro, o Diário de
Lisboa publicou uma manchete de grande impacte: ‘Soares e Otelo visados pela “CODECO”’, lia-se nas letras gordas por debaixo de
um antetitulo que anunciava ‘Um plano de liquidações físicas’. Hoje, José
Esteves ri-se e afirma que essa era uma lista que
chegou à PJ e esta, por sua vez, passou-a para a imprensa, ‘pois era assim que
a CIA queria para dar a entender que Mário
Soares também corria perigo’”.
“Deste modo,
Sá Carneiro soube nessa mesma noite, apenas dois dias após ter ficado em
segundo lugar nas eleições gerais, que o PS iria apoiar Ramalho
Eanes para Presidente da República. Assim, para
poder marcar pontos e surgir numa posição política de destaque ao ser o
primeiro lider partidário a apresentar o apoio ao candidato com mais
probabilidades de sair vencedor nas eleições de Junho, deu ordens para que se
anunciasse de imediato à comunicação social, através da Agência de Noticias
ANOP, que o PPD já escolhera quem iria ser o seu candldato a Belém: Sá
Carneiro iria apoiar Ramalho Eanes para presidente
da República. O anúncio de Sá Carneiro foi feito sem qualquer consulta prévia a
Ramalho Eanes.”
E no telegrama
enviado para Henry
Kissinger, Carlucci explicou que do ponto de vista
de Tomás Rosa, ‘o principal obstáculo’ à formação da coligação PS/PPD ‘é Sá
Carneiro’. Acrescentou que Tomás Rosa, contudo, acreditava que Sá Carneiro
‘iria ser afastado da liderança do PPD’, tendo Carlucci registado ainda que ‘Rosa disse que ele e outros “operacionais”
estão agora a trabalhar nesse sentido e esperam ver Magalhães
Mota assumir o poder no PPD e fazer uma coligacão com os
socialistas’. Segundo explicou Carlucci não era só Tomás Rosa que pensava
assim. Havia outros militares com as mesmas ideias. E todos achavam que Sá Carneiro deveria ser afastado da liderança do PPD porque era ‘demasiado
autoritário, desagregador e era difícil trabalhar com ele’
Quatro dias
após a morte do padre
Max, correu a notícia de que Sá Carneiro morrera na sequência de um
atentado nos Açores. Tratou-se, obviamente, de um boato que ficou depois
registado na imprensa da época. (...) César Camacho contou ainda que, assim que
Sá Carneiro chegou a Lisboa, a primeira pergunta que fez aos seus assessores
estava relacionada com o boato do atentado. O líder do PPD pretendia saber que
atitude tomara o Ministério da Comunicação Social, chefiado então pelo
socialista Almeida
Santos, e acrescentou que o boato lhe parecia um
acto que trazia um ‘grave risco de destabilização’”
Nessa noite,
na Rua da Emenda, onde tuncionava a sede do PS, José Esteves lançou uma granada
chinesa contra as instalações dos socialistas enquanto decorria o debate. Era
uma ação combinada com Joaquim Centeio, segurança do PS. Defende que ‘foi Mário
Soares quem sugeriu que fosse atacada a sede do partido para que as socialistas
pudessem depois dizer que também estavam a ser vítimas de atentados
terroristas.’”
José Inácio e
Norberto Silva, operacionais do ELP morreram na violenta explosão que teve
lugar em Monsanto, quando preparavam uma carga de plástico destinada a destruir
as antenas de emissão da televisão. José Esteves conhecia-os, pois travava
amizades com outros bombistas. Conheceu gente do Norte como Ângelo do Trancoso
e Ramiro Moreira, este último segurança do PPD: ‘Freitas
do Amaral e Sá Carneiro sabiam o que se passava,
embora não concordassem. Mas éramos úteis para os acontecimentos da época. E Frank
Carlucci estava a par de tudo. Nessa altura, recebi
200 contos de um funcionário da Embaixada dos EUA. Era muito dinheiro. Dava,
por exemplo, para comprar um apartamento nos arredores de Lisboa’, conta José
Esteves.”
No meio desta
crise política, entre redes bombistas, ataques a sedes de partidos, violência
política,boatos de golpes de Estado, suspeitas de ligações entre grupos
terroristas de direita e a CIA, Mário
Soares teve um encontro privado com Frank
Carlucci na sua casa de Sintra, em Nafarros, a
cerca de 30 quilómetros de Lisboa. Manuel Sá Machado conduziu o embaixador no
seu carro privado, visto que o secretário geral do PS estava a recuperar de uma
gripe, mas também queria garantir que estariam em segurança e longe dos olhares
indiscretos que havia em Lisboa (...) Soares contou ao embaixador que Vasco
Gonçalves não estaria mais tempo no poder, faltando
apenas uma decisão mais energética do presidente Costa
Gomes e dever-se-ia apoiar o grupo de Melo Antunes (...) O secretário-geral dos socialistas tinha algumas reservas
sobre o então lider, Emídio
Guerreiro, mas confiava em Magalhães
Mota, Rui
Machete, Pinto
Balsermão e até no antigo lider, o ausente Sá
Carneiro. E acrescentou que era do interesse do PS ter um PPD ‘com vigor’.”
Mas, o PS não podia aliar-se com o PCP.
Isso sabia-se desde o dia 3 de Março, quando o vespertino A Capital
revelou o artigo da publicação alemã Extra. Uma união entre Mário
Soares
e os
comunistas iria colocar em perigo o apoio financeiro da Alemanha aos
socialistas portugueses. E os americanos também não iriam gostar dessa solução.
O único espaço de diálogo para Mário
Soares seria à sua direita, entre Sá
Carneiro e Freitas
do Amaral.”
Entretanto os
contactos directos entre Wischnewski e Bruno Friedrich encerravam um objectivo concreto que condicionaria para sempre
o futuro do jogo democrático em Portugal: os alemães estavam empenhados em
‘impedir que os socialistas portugueses se unam aos comunistas’. Para garantir
isso, continuava o artigo, ‘este objectivo deverá ser conseguido através de um
pesado apoio financeiro da República Federal e dos Estados Unidos, destinado
sobretudo à ala direita do partido de Mário
Soares’. E era depois referido um nome no seio do
PS como sendo uma das ‘pessoas de confiança do lado partuguês’ - o então
secretário de Estado das Finanças, Vitor
Constâncio, actual vice-presidente do Banco Central
Europeu
Nessa mesma
altura, Mário
Soares encontrou-se com Henry
Kissinger, que lhe apresentou a dupla que estava
prevista partir para a embaixada de Lisboa - Carlucci e Okun. Por coincidência, os chefes de gabinete de Mário Soares
eram dois homens que também tinham estado no Brasil durante o tempo em que
Carlucci e Okun trabalharam no Rio de Janeiro. E todos se conheciam e
partilhavam laços de amizade. Esses contactos, forjados no Brasil, iriam depois
ser muito úteis para a consolidação de uma das mais duradouras amizades
políticas entre os dois paises atlânticos, e que é a
amizade entre Frank Carlucci e Mario Soares. Pouco
depois da visita de Costa
Gomes e de Mario Soares a Washington, a 24 de
Outubro, o Diário de Lisboa, citando a revista francesa Le Nouvel Observateur,
fez uma manchete de grande impacte: Duzentos agentes da CIA em Portugal.”
Tenho visto que Vossa Excelência é
habilissima em conspirações, intrigas e golpes de Estado. Tenho-o visto de
longe e não desejaria sabê-lo de perto. Já me basta ter lido o que Vossa Exce-
lência fez no
Chile, a mortandade que por lá foi e vai, verificar todos os dias que governos
promove e apoia Vossa Excelência imagine se eu havia de gostar que mandasse
para aqui os seus emissários e instalasse no meio da nossa roda o seu caldeirão
de truques e bruxedos! (...) Vossa Excelência tem portanto amigos dentro da
praça. Já se encontraram todos, pois não é verdade? Ora à mesa secreta das
decisões, ora nas ações da rua, nas calúnias, nas intrigas, na bela
conspiração, na compra e venda dos traidores. (...) Emprazo a Vossa Excelência
a que nos deixe em paz. Temos aqui muito que fazer, muito que trabalhar, muito
que sonhar. Mas não vamos dormir, isso não. Se Vossa
Excelência vier, terá de matar-nos com os olhos
abertos.”
Finalmente,
apesar de Nixon ter dito a Marcello
Caetano (...) que os EUA não iriam dar os mísseis
Red Eye que o governo português precisava para combater na Guiné, o embaixador
de Portugal nos EUA, João Hall Themido, garantiu (...) que ‘o governo
norte-americano foi intransigente na sua negativa. Mas Kissinger concebeu uma solução à altura da sua imagem: para ultrapassar o
Congresso seria Israel a fornecer os mísseis’. Segundo o embaixador de Portugal
em Washington, a ideia foi-lhe apresentada no Departamento de Estado:
‘Compreendi que Israel entregasse a Portugal mísseis de fabrico soviético
capturados no conflito do Médio Oriente. Para esse efeito, deveria avistar-me
com o embaixador de Israel, que estaria ao corrente e disposto a auxiliar’
acrescentou Hall Themido. Quando falou com o embaixador israelita Simcha
Dinitz, o diplomata português ficou a saber que,
afinal, Israel não dispunha de mísseis soviéticos e os de origem norte-americana
só podiam ser fornecidos com autorização de Washington.”
No inicio de
1961, Frank
Carlucci estava já activo como diplomata. Ocupava
há um ano o cargo de segundo-secretário da Embaixada dos EUA em Léopoldville,
no Congo Belga, país que fazia fronteira com Angola. O Congo Belga tornara-se
independente no ano anterior e foi durante essa missão diplomática que o seu
nome ficou associado ao assassinio do primeiro-ministro congolês Patrice Lumumba. (...) Segundo posteriores investigações feitas pelo Congresso
dos EUA, a CIA teria recebido um pedido do presidente Eisenhower para assassinar Lumumba devido às suas inclinações
pró-soviéticas."
Sá Carneiro
deu ordens para que a Inspeção-Geral de Finanças investigasse os dinheiros dos
militares, o que se cruzava com o tráfico de armas para o Irão, caso que estava
nas mãos de Adelino Amaro da Costa. No entanto, estes dois ministros não
estavarn sozinhos nas investigações. Também o ministro responsável pela pasta
das Finanças, por inerência das suas funções, estava incumbido de investigar os
dinheiros dos militares. E esse ministro era então Anibal Cavaco Silva, actual
presidente da República e primeiro-ministro entre 1985 e 1995. Cavaco Silva foi
o último ministro a ter estado reunido, na manhã de 4 de Dezembro de 1980, com
Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa. E, para além dos governantes, estiveram
também presentes as mais altas patentes militares. O objectivo da reunião foi,
precisamente, a discussão do orçamento das Forças Armadas. Cavaco Silva,
contudo, nunca tornou público o que soube sobre os dinheiros secretos dos
militares.”