Monday, December 6, 2010

BPP, CONSEQUÊNCIAS PARA O GOVERNO

Em Dezembro de 2008, comemoram-se agora dois anos, o sistema financeiro mundial sofreu de um abalo, dado que os negócios sobre aplicações de risco, não tiveram o respectivo retorno de capital, abalando todas as estruturas bancárias, em especial as que se especializaram na gestão de grandes fortunas.
Sucederam-se pois, diversas intervenções, tendo o Governo optado por aceder ao convite da Comissão europeia, em proteger da total liquidação de stock monetário, todos os intervenientes no Banco Privado Português, assumindo um encargo de 600 milhões de euros, retirados ao bom do OE.

Neste caso, refere-se que foram e ainda se encontram congelados, cerca de 70 milhões de euros, pertencentes a investidores angolanos, outra parte importante do problema, dado que as operações de resgate de capital são inteiramente captadas por garantias bancárias, importa saber até onde iria o Governo, para não ter que vislumbrar reuniões stressantes com os africanos. Ou mesmo, até onde irá o Governo de Angola, para ver reembolsado os seus valorosos cidadãos.

Neste meio-tempo, reuniram-se as condições, para atribuir a gestão do montante injectado no BPP, à sociedade do Banif, por indicação do grupo de crise da APB (Associação Portuguesa de Bancos) e, sem grande discórdia das Finanças e/ou da pasta de Economia, que vão ser duplamente lubridiados, isto é, não só politicamente saiu caro o dispêndio de dinheiro para esta operação de dominó no sistema macro-financeiro, como igualmente, a criação de um Fundo de Gestão, vai pura e simplesmente, transferir os capitais estatais de cobertura ao funcionamento regular do Banco, para os restantes grupos bancários chamados a intervir no negócio.

Na falta de comprador para as duas grandes posições accionistas no BPP, a Banca assume os riscos inerentes ao descoberto financeiro futuro, aproveita a ocasião para encaixar outros 200 milhões, aos 600 milhões iniciais, e o Governo não obtém qualquer garantia por parte dos banqueiros, por quando na repetição do mesmo cenário, colca-se novamente a questão da necessidade de Fundos de Gestão com interesse estratégico para o país, que não sejam produtos financeiros de risco, como as energias renováveis, que são altamente voláteis nos mercados internacionais.

Man in the Rain