Vou começar por expor o tal do “enquadramento” que os académicos portugueses tanto gostam de elaborar. Isto tudo porque, há tempos o meu Pai, pediu-me que lesse um texto e eu fiz “ouvidos de mercador” mas li apenas o seguinte “mais trabalho por menos dinheiro”, e depois fiquei a pensar..
A situação actual portuguesa, tem
que ver com dois factores, o estado Providência, sagrada vaca, e as sucessivas
graves incompetências de todos os Governos.
O que se passa, quando a Troika
nos envia um memorando, em tom de nos arreganhar os dentes, acontece em 2011,
quando o Governo CDS/PSD ía todo lampeiro ao mercado de empréstimos
internacionais, pós crise BPN, ou seja pós crise 8 bilhões de euros de buraco
orçamental, e lhes faz um redondo “stop e para o baile”.
Aqui nesta fase, com ou sem BPN,
a Troika desresponsabiliza- se de casos de corrupção, que ficam ao critério dos
que sustentam o regime, e “obriga-nos” por força de créditos acumulados também
na ordem dos 12 bilhões feitos na banca internacional, a “repensar” o terço da
mama maravilha; mama maravilha, pensões milionárias, subsídios de reintegração,
subsídios de sobrevivências para viúvas contentes, subsídios de desemprego a
que maravilha de 14 meses na praia, reformas antecipadas para ir ao
cabeleireiro, e subsídios de “stress” para telefonistas, e tantas outras mamas
que fizeram deste e daquele, neste naquele tempo, os governantes ficarem bem
vistos.
Portanto, com salvação nacional,
sem salvação nacional, PS para cima ou PSD a fazer o pino, vamos ter que pagar.
Mas aqui, os factores
internacionais pouco de nada servem de argumento, mais ainda que a Banca
nacional queixa-se sem razão do sector imobiliário, que tanto capital gerou, e
que tantas joint ventures criaram aos bancos. Aqui, portugueses, o problema
mantée-se da má gestão do serviço público, da falta de visão de formação
profissional, da inexistência de “guiões” para economia, de total falta de
política d emprego, e de corrupções por desleixo da Justiça, e datas em
documentos que ninguém percebe. PPP’s ou Swaps, dois maus negócios em Portugal,
duas más politicas sucessivas, PS, e a seguir PSD, e ainda soluções financeiras
de alto risco, como emissão de obrigações de Tesouro em leilões internacionais,
quais pedintes à porta do supermercado.
Não há política de emprego. O
motor da economia move se para a frente, depois para trás, depois um nadinha
para frente e depois um nadinha para trás. Isto é dizer, vou começar a poupar
na despesa, corto todos os apoios sociais, até ao número “zero”, dispenso
empregados públicos, depois pago-lhes indeminizações que custam no todo “% dos
salários que custariam a trabalhar, depois digo-lhes não há pedidos de reforma,
e assim sucessivamente. Tudo o resto é alegoria, serviços de saúde,
medicamentos, cheque nas escolas, etc, tudo isso era passível de existir, mas a
ideia, afinal, era o tal texto do meu Pai.
No Cômputo mundial, como
observamos na RPChina, na India, ou na Argentina, os cidadãos limitam-se a
trabalhar 10 horas diárias por um copo de arroz e aceitam essa condição, é imparável
e desmedida a riqueza, e a competição desses países face ao primeiro mundo.
Soluções não há, embora se beba
muito em Vinho do Porto, nas reuniões de Bilderberg. Aceitarmos que temos que
trabalhar mais por pouco dinheiro, não é um retrocesso aceite sem luta, a luta
acontece nas eleições, e outras lideranças, outras ideologias, farão por isso
mesmo.
Resta pensarmos o seguinte,
colocar 3 milhões de pessoas no espaço de 4 anos, no limiar da pobreza,
significa criar guetos, significa então que algumas áreas, terão um cordão
higiénico, e mesmo assim o mais natural é deixá-los numa fábrica se quiserem
comer uma lata de sardinhas, escola? Não, não há, médicos? Uma vez por semana
na tensa de pronto socorro, etc…
Vem aí o fascismo. Vem aí um
regime igualitário, que repara os danos da falta de Justiça, quer seja com
congestões de chouriça de vinhais, quer seja com, escorregar na banheira. Acabam-se com políticas comunitárias, que não
nos dizem directamente nada, que nos afundam num abismo de chantagem, ou ficas
no euro ou não és ninguém.
Finalmente, a conclusão do artigo
que o meu Pai queria que eu lesse, a globalização no sentido, comunicações,
inter-pessoais, económicas e financeiras em segundos, pois com certeza, a
evolução social será toda tecnológica. Globalização política, requere outras
estratégias, que julgo esta classe política, aqui, na Europa, ou nos Estados
Unidos, totalmente incompetente, mesmo que vinguem as medidas de propaganda, de
controlo dos media, ou de desvios no comportamento social por via, de tratar a
sociedade como imbecil, que nada percebe de taxas Euribor.
E pergunta-se, a economia mundial
baseada num mercantilismo medieval, onde uns produzem para outros consumirem,
decidida na Organização Mundial de Comércio, sempre com milhares de manifestantes
à porrada coma Policia, permanecerá a balança a favor de quem?
Capitalistas muita atenção, o
jogo joga-se no campo, tem regras. A regra é que há sempre um árbitro, alguém
pode comprar o Juiz, o grande come o pequeno, terão vocês vantagens, sem a
protecção do estado, ou terão vantagem com a sua inexistência? Na resposta
quero no mínimo 100 palavras.