Obviamente que Portugal, após
esta última avaliação da Troika, está longe do patamar de 5,5% de deficit, e
talvez a despesa pública se encontre inclusive, superior aquela do final de
2012, lá para os 7%, daí que a Troika tenha imposto “duplicação” de cortes no OE
2014.
Obviamente também, que com estes
números Portugal não retoma o crédito internacional, senão no final de 2014,
sendo que para isso todos os “buracos” PPP’s e Swaps, congelados nesta fase,
são suprimidos pelo QREN 2014-2020. Daí que nesse caso, a Banca mundial retomará
a actividade de empréstimos, supostamente para investimento público, e parte
desse capital para supostas políticas de emprego.
Dado que então 2014 será um ano
de duplos cortes, e da eliminação de todos os apoios providenciais do Estado,
naturalmente com a despesa controlada por um lado, e sem défices abruptos, o
Governo volta a capitalizar talvez com 10 mil milhões, a prazo, sempre de 15
anos no mínimo.
Dado que o QREN, se esgota logo
em 2014, edado que esses fundos servirão para cobertura do cheque da despesa dos
swaps e das PPP’s, e dado que também voltará a ser necessário negociar os lixos
tóxicos das EP’s em causa, e dado que as privatizações previstas no memorando
serem da ordem (do lote negociado) das 200 EP’s associadas a prestações de
serviços ao Estado, apenas voltarão ao mercado de capitais, após as eleições de
2015, estrategicamente.
Sendo que a Sra Laggarde anunciou
o fim da crise global, para 2016, dado que conta que a Banca recupere moeda, e
que as dívidas externas estarão controladas por força de restrições ao
investimento e controle da despesa, e dado que utilizará os duplos depósitos euro/yien
para manobrar as importações e exportações, e eventuais crises, quer
energéticas, ou oscilações nos produtos de alto risco, então nesse caso, após
2016, é possível que o mercado interno de emprego e bens e serviços venha
naturalmente a recuperar, não tendo o Governo qualquer influência quer política
quer estratégica, na evolução económica natural própria do desenrolar do
mercado liberal.
Eis senão que, coloca-se a
seguinte questão: as eleições legislativas estão marcadas para Junho de 2015, o
cenário provável, será de que o eleitorado por um lado reagirá com maior
abstenção, por outro lado, o eleitorado PS, sempre medindo a bitola do líder pelo
perfil de José Sócrates penalizando António Seguro, votará mais à esquerda, portanto
CDU, com isso o PS foge da possibilidade de governar pelo menos em maioria,
acontece porém, que é quase certo, que o Governo CDS/PSD irá anunciar antes das
eleições (Março provavelmente) que vai repor os cortes das pensões e salários,
desde 2013, o que assim garantirá a reeleição do Governo. Digamos que esta
tática significa que o mercado de empréstimos paga esta manobra política, e que
já conta com a despesa controlada, por força do pior ano de austeridade que
será 2014. Com um encaixe médio de 1800
euros por pessoa (com um ordenado na ordem dos 900 euros), muito provavelmente
no acerto do IRS, antes das eleições, está garantida a reeleição do Governo.
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