O volume de receitas brutas gerado em 2011 pelo setor do jogo em Macau era suficiente para pagar 3,5 vezes o défice português e comprar quase três vezes a EDP, incluindo as contrapartidas oferecidas pela China Three Gorges.
O sector do jogo em Macau - que além dos casinos inclui corridas de cavalos e cães e apostas diversas - encerrou 2011 com receitas brutas totais de 269.058 milhões de patacas (25.652 milhões de euros), mais 42 por cento do que em 2010, segundo os dados oficiais hoje divulgados e em linha com os dados avançados no início do mês pela agência Lusa, após projecções de analistas e operadores do mercado.
O acumulado das receitas geradas no ano passado pelo principal motor da economia da Região Administrativa Especial chinesa e capital mundial do jogo era suficiente para pagar não apenas um, mas 3,56 défices do Estado português, tendo em conta o valor provisório de 2011, de 7,2 mil milhões de euros, de acordo com os dados da Direcção-Geral do Orçamento.
Por outro lado, os mais de 25 mil milhões de euros de receitas geradas pelo sector do jogo em Macau eram também suficientes para comprar quase três vezes a EDP, incluindo não só a participação do Estado de 21,35 por cento por 2,7 mil milhões de euros, mas também as contrapartidas de mais de seis mil milhões de euros oferecidas pela empresa chinesa pela entrada na eléctrica.
De acordo com os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos de Macau, só no último trimestre do ano passado, o sector alcançou receitas de 73.802 milhões de patacas (7.036 milhões de euros), o maior valor dos quatro trimestres de 2011.
Também só as receitas do primeiro trimestre, as mais baixas dos quatro períodos trimestrais de 2011, de 58.835 milhões de patacas (5.608 milhões de euros), superaram o apurado nos 12 meses de 2006 (57.521 milhões de patacas ou 5.483 milhões de euros), quando tinham decorrido apenas dois anos desde a abertura dos novos espaços de jogo fora do império de Stanley Ho.
De acordo com os dados oficiais, a subida das receitas do sector foi potenciada pelo crescimento de 69 por cento das receitas nas salas VIP de bacará.
Em 2010, as receitas do bacará VIP totalizaram 135.648 milhões de patacas (cerca de 12.932 milhões de euros), contra 196.126 milhões de patacas (18.698 milhões de euros) em 2011, um aumento de 69,16 por cento.
Nas contas de 2011, o jogo em casino apurou receitas brutas de 267.867 milhões de patacas (25.543 milhões de euros) enquanto as apostas nas corridas de galgos, cavalos, lotarias e em futebol e basquetebol geraram receitas de 1.191 milhões de patacas (113,5 milhões de euros).
Recuando até 1990, quando Macau estava sob administração portuguesa, os casinos do território não registavam num ano inteiro receitas brutas superiores a 6.965,7 milhões de patacas (664 milhões de euros ao câmbio actual).
As receitas brutas dos casinos de Macau constituem a principal receita da Administração local, que cobra 35 por cento de impostos directos e cerca de quatro por cento de impostos indirectos, além de uma série de taxas por cada mesa e máquina aberta ao público.
Só em 2011, a Administração arrecadou mais de 93,7 mil milhões de patacas (8,9 mil milhões de euros) em impostos directos sobre o jogo.
Macau tem actualmente 34 casinos operados por seis empresas - três concessionárias e três subconcessionárias. Além da Sociedade de Jogos de Macau, operam casinos em Macau a Sands China, a Wynn Resorts, a Melco/PBL, a MGM e a Galaxy Resorts.
Lusa/SOL
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