Atentado ao património arqueológico em Belas
A imagem em cima, mostra uma Anta identificada e preservada. As imagens seguintes, são as reais. Diz a notícia: A milenária Galeria Coberta do Pego Longo, em Belas, monumento classificado, foi destruído por máquinas da Câmara de Sintra, que na zona, com a ajuda de retroescavadoras procediam à recolha blocos de pedra, para construção de um muro de sustentação de terra, num jardim nas traseiras da Biblioteca Municipal Ruy Belo, em Queluz. O monumento megalítico de Pego Longo, cujas lajes se encontravam muito fragilizadas, num local votado ao abandono e muita degradação, apesar da sua classificação enquanto património municipal, foi destruído.
Desconhecendo da sua importância histórica e patrimonial, funcionários ao serviço da autarquia de Sintra, estão a proceder naquela zona envolvente, à recolha de blocos de pedra, transportando-os para um terreno nas traseiras da Biblioteca Ruy Belo em Queluz, onde está a ser construído um jardim e respectivos muros de sustentação. Depois de retiradas e transportadas para um jardim em Queluz, as lajes do monumento histórico, voltaram ao local de origem para serem recolocadas. (Foto: Ocidente, rádio/jornal)
Os lajões chegaram mesmo a ser transportados para o referido jardim, quando o alerta foi dado, apurou a Ocidente, rádio/jornal, que deslocou uma equipa de reportagem ao local, que testemunhou o momento da descarga os blocos de pedra, pertencentes à Galeria Coberta de Pengo Logo. Com algum nervosismo e socorrendo-se de uma má imagem ampliada do monumento, os funcionários no local, apressavam-se para recolocar as referidas lajes, numa posição, mais ou menos aproximada do original. O arqueólogo Rui Oliveira, fala de uma situação “lamentável” e “caricata” que “revela bem o estado em que se encontra o património”, classificando o acto de “grave”, que se explica pela ”falta de atenção” e “ignorância” de várias entidades, para com este tipo de património, que "não tem merecido a atenção das autoridades competentes.
“Situações destas só acontecem porque os monumentos estão ao abandono físico e do conhecimento”, desabafa o especialista, que acompanhou a reportagem ao local da OCIDENTE, rádio/jornal, acrescentando que “ninguém destrói um património desta dimensão, sabendo da sua importância histórica”.
"Aquilo é um monumento funerário megalítico, classificado como imóvel de interesse público em 1990. Tem uma parte que está destruída, não na sua totalidade, é recuperável e deverá mesmo ser recuperado porque, à luz da legislação vigente, trata-se de um crime contra o património cultural”… O arqueólogo adiantou que, dado o estado de abandono do local, é "natural" que os funcionários não se tenham apercebido de que se tratava de um monumento megalítico, adiantando que os funcionários da câmara de Sintra tentaram voltar a colocar as pedras no lugar, num procedimento que considera errado.
"É uma tristeza. Não pode ser colocado de qualquer maneira, tem que ser apoiado por um arqueólogo", lamentou. "Eles tentaram colocar uma pedra no sítio, mas é errado do ponto de vista da conservação, porque esse trabalho tem que ser feito por técnicos, e a autarquia tem esses técnicos. A reposição da situação anterior tem que ser feita pela autarquia e pelo IGESPAR", explicou Pedro Ventura.
Até ao momento a Câmara de Sintra, ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas a Ocidente, rádio/jornal, sabe de fonte não oficial, que pode estar já em curso, um inquérito interno para apurar responsabilidades.
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