Em 1994, os E.U.A. anunciaram publicamente em 23 de Dezembro a “Operação Sapphire” através do Secretário de Imprensa da Casa Branca Dee Dee Meyers que, consistia essencialmente em transferir material nuclear do Cazaquistão para território norte-americano. As contrapartidas para o Cazaquistão tinham dois aspectos, económico e político, muito embora se mantivessem secretos, os números rondaram os 13 e os 30 milhões de dólares, politicamente o Cazaquistão participa no NPT (Non Proliperation Treaty) e deixa de ser um repositório global de fuel nuclear.
Acontece porém, que em Abril deste ano, o recente e contestado vencedor das eleições iranianas Ahmadinejah visitou Astana e o Presidente Zarbayev do Cazaquistão, que por sua vez governa um país muito ao estilo ditatorial próximo dos regimes do médio oriente, com quem aliás mantém óptimas relações políticas. Entre eles ficou acordado a construção de uma linha férrea que liga Uzen no oeste do Cazaquistão e Gorgan no nordeste do Irão a funcionar em 2011, paralelamente a construção de uma via rápida no mesmo sentido, embora o projecto técnica e financeiramente não esteja imediatamente acessível.[1]
Neste seguimento, e a propósito do tráfico de material nuclear que aumentou substancialmente nos anos 90[2], vindo sobretudo das ex-províncias soviéticas e procurados por rogue-states (estados fora-da lei) quer por grupos terroristas, a aproximação destes dois estados coloca obviamente a questão da transferência de tecnologia qualificada para Teerão, e aumenta os riscos de incidentes envolvendo armamento nuclear. Na década de 90, foram declarados, roubados, perdidos, desviados, ou oferecidos para venda, segundo informações da A.I.E.A. mais casos que os considerados aceitáveis, embora não divulgasse números, contudo sabe-se que em Junho de 2003, um contrabandista foi detido transportando 170 gramas de urânio enriquecido em Sandahlo, na Geórgia; em 2006, foi encontrado um pacote contendo 3,3 gramas de hélio enriquecido, em New Jersey, nos E.U.A.
O Presidente Barack Obama, tendo em conta os conflitos no Iraque e sobretudo no Afeganistão, aumentou o Orçamento de Defesa de 533.7 bilhões de dólares de 2008 para mais 20 bilhões em 2009, querendo mais recursos em armamento de desenvolvimento sofisticado e volátil e protótipos, incluindo sistemas anti-misíl GMD, já utilizados na Europa.
Mas na minha opinião, o que importa combater no séc. XXI não são as guerras convencionais com homens soldado em territórios hostis, contra guerrilhas urbanas e métodos ortodoxos, mas sim, obter fontes de intellegence seguras sobre movimentos sofisticados de contrabando de crime organizado altamente tecnológico, que será a fonte da futura III guerra mundial.
[1] Fonte: Euroasia Abril 2009
[2] Fonte USA Today
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