Wednesday, January 13, 2010

ETA

Em três dias apenas, seis etarras foram detidos pelas autoridades, em territórios francês e português. Os meios de comunicação espanhóis veicularam a possibilidades da organização de luta armada basca ter criado uma base de infra-estruturas em Portugal. Esta suspeita, na minha opinião, suscita diversas dúvidas operacionais nomeadamente, os métodos possíveis, por exemplo, para a concretização de fugas ou facilidades nos esconderijos, dado que a guerrilha urbana precisa de amplo apoio popular.

Por outro lado, segundo se conhece das tácticas de guerrilha urbana, especialmente as que foram utilizadas na América Latina pelos movimentos marxistas de libertação das ditaduras, as diversas formas de luta armada passam por assaltos, emboscadas, expropriações de dinheiro, armas e explosivos, sequestros, sabotagem e guerra de nervos.
Estas formas de oposição ao sistema político instalado, na prossecução de valores independentistas, têm marcado o clima de falta de diálogo entre a ETA e o governo espanhol, sobretudo desde o ataque bombista no aeroporto de Barajas, e que provoca uma intensificação armada por parte das bases mais radicais do movimento.

Contudo, o braço de ferro e a apertada vigilância e investigação policial, com a detenção sucessiva nos últimos tempos de vários líderes, não parece abrandar as intenções dos apoiantes, membros e simpatizantes do Batasuna, assim como a denúncia de torturas efectuadas aos prisioneiros etarras pela polícia espanhola, algo que devia ser ferozmente condenado pelas sociedades ocidentais.
Portanto, a existência de bases da ETA em Portugal, obriga todo o espectro político nacional a ponderar se efectivamente, aplicamos o princípio consagrado constitucionalmente sobre a defesa da auto-determinação dos povos, ou se pelo contrário subsumimos a questão aos interesses superiores da política.

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