Thursday, January 21, 2010

BEIRUTE STORY (TO BE CONTINUED)

(...) o puto voltou pouco depois, sem os passaportes na mão, e pediu-me a mochila, em fraco inglês, eu passei-lhe o que tinha, e ele disse-me "come, come"em inglês, entrei numa ruela toda despedaçada e cheia de roupa a secar nos estendais dos telhados e das janelas, havia gente a circular na rua, e eu fazia sucesso com a t-shirt, e recebia assobios.
Continuámos a andar, cruzando vielas e atravessando ruas, até que um telefone tocou na mão do míudo, ele atendeu e acenou com a cabeça, falando em árabe rapidamente, sem eu entender nada, chegou um carro do nada, e meteram-me lá dentro muito depressa, no banco de trás puseram-me um capuço preto, e tiram-me a máquina fotográfica e o gravador.
Riam-se por causa do Ronaldo, e queriam à força que eu percebesse árabe, tinha até um certa piada.
O carro parou debaixo de um alpendre, que vi logo depois que entrei na casa-forte, meteram-me numa sala com duas mesas, um sofá e uma cadeira, e uma janela gradeada, lá fora estavam dois tipos a controlar a entrada.
Chegou uma mulher com talvez 50 anos, de lenço preto na cara, e que me obrigou a despir a parte de cima do tronco, e foi-se embora, acho que procurava por escutas.
Fiquei lá à tarde toda, agora que me meti nisto vou até ao fim e seja o que Deus quiser, pensava eu...
Já era de noite, quando chegou um tipo armado de metralhadora automática,e meteu os meus passaportes na mesa, atrás dele entrou Al-Hassim, o porta-vos do Hezbollah, segundo os americanos dizem...(...)

No comments: