Monday, April 22, 2013

PAULO PORTAS E OS AMIGOS E OS SUBMARINOS

O acordo entre o Estado e o consórcio alemão fora fechado horas antes. O representante da Ferrostaal jantava anteontem à noite, em Lisboa, depois de ter renegociado as contrapartidas pela venda a Portugal de dois submarinos por 769 milhões de euros - num negócio onde há suspeitas de corrupção. Mas enquanto isso, à porta do restaurante, o Audi A6 onde Christoph Mollenbeck guardava os documentos sobre o caso dos submarinos foi cirurgicamente assaltado. Sem sinal de arrombamento.
O alemão jantava na rua Barata Salgueiro, com o amigo e compatriota Kai Jusec - sócio--gerente da empresa Agrosistema (ver caixa), tendo o carro deste último ficado estacionado junto à Cinemateca, na mesma rua. E ambos, na participação à GNR, garantem que ao chegarem ao carro, pelas 23h00, nada notaram - os militares também constataram que não há ali qualquer sinal de arrombamento.
Mollenbeck e Jusec arrancaram em direcção a Sintra. E só ao chegarem a casa, quando saíram do carro, o primeiro reparou que lhe haviam sido roubados o computador portátil e a pasta preta, de marca Porsche, onde guardava, entre outros, um documento original do contrato que tinha assinado nessa tarde com o Ministério da Economia - quanto às contrapartidas pela aquisição dos dois submarinos, em 2004, quando Paulo Portas era ministro da Defesa.
Christoph Mollenbeck, que foi de imediato ao posto da GNR mais próximo, fez ainda referência ao furto do memorando de entendimento que a Ferrostaal, por si representada, assinara anteontem com o Laboratório de Tecnologias de Informação.
A GNR, com competência natural para investigação de furtos, decidiu, dada a natureza dos documentos - no caso em que é investigado o pagamento de ‘luvas' na aquisição dos dois submarinos, comunicar a situação à Judiciária, já de madrugada.
O Audi A6 vai ser alvo de intensa peritagem - na investigação que é agora dirigida pelo DIAP de Lisboa, liderado por Maria José Morgado, para apurar quem aproveita estes documentos, ou outros guardados no computador, e se há uma relação com o processo de corrupção.
AMIGOS DE PAULO PORTAS DADOS COMO SUSPEITOS
Pedro Brandão Rodrigues, Bernardo Carnall e Fernando Geraldes, três amigos do ministro Paulo Portas e todos ex-dirigentes do CDS-PP, foram identificados como suspeitos, pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), no âmbito da investigação à compra dos submarinos.
A identificação destes nomes consta num documento do DCIAP de 2 de Setembro de 2009, que está incluído no processo de arquivamento do inquérito ao advogado Bernardo Ayala, que representou o Estado no âmbito das negociações para a compra dos submarinos.
Quando Paulo Portas era ministro da Defesa, Pedro Brandão Rodrigues foi presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), Bernardo Carnall ocupou o cargo de secretário-geral do Ministério da Defesa, e Fernando Geraldes foi presidente dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
Todos estes responsáveis integraram o grupo restrito de pessoas que deu assessoria ao ministro da Defesa na compra dos dois submergíveis.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/roubados-documentos-dos-submarinos

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